segunda-feira, 29 de setembro de 2008
OS GRANDES MESTRES TIBETANOS
OS GRANDES MESTRES TIBETANOS
Palestra Pública Proferida em Friday Harbour, WA/EUA, dia 28 de julho 1995
Sua Santidade Sakya Trizin (gravação e transcrição exclusiva de nosso centro, única em todo o mundo)
(Na foto de R. Samuel, S. S. Sakya Trizin recebe uma imagem de seu filho, S. E. Vajra Ratna Rinpochê, em Vajradhara Gompa, Austrália, durante o LanDré. * )
Primeiramente eu quero agradecer a oportunidade que vocês me deram para compartilhar de algumas histórias de vida dos antigos mestres. E já que o tema desta noite aqui é a vida dos grandes mestres do antigo Tibet eu gostaria de começar com uma prece dedicada aos grandes Mestres passados e enquanto eu recito os que receberam os Ensinamentos pensem nas imensas qualidades dos grandes mestres:
Paldem tsawei lama rinpoche
Dag gi chi wor pemei den sug ne
Kaadrin chen pe gone je sung te
Ku sung tug kyi ngo drub tsal du sol
Agora depois desta prece aos grandes mestres... Neste Universo no qual estamos residindo existem muitas diferentes raças, culturas, diferentes filosofias, mas uma coisa é comum a todos, é que todas as pessoas, todo ser vivo deseja estar livre do sofrimento. Todos desejam experimentar felicidades. Seja crente ou descrente, qualquer que seja a filosofia, qualquer que seja a tradição que você mantenha.
E para conseguir a felicidade todas as pessoas fizeram os seus melhores esforços. Para conseguir felicidade todas as nações construíram o progresso e para tanto muito trabalho foi realizado. Progresso científico e tecnológio. E houve muitas ações bem sucedidas, muitos problemas encontraram solução.
Mas é bastante claro que, sem desenvolvermos Sabedoria Profunda, o simples progresso material externo não nos dará muito sucesso quanto à paz e a felicidade que estamos perseguindo. Se o indivíduo não desenvolver a Sabedoria Profunda, o progresso material pode tornar-se mais um obstáculo do que um meio para consegui-lo.
E agora que estamos ingressando no novo Século ter Sabedoria Interior, progresso mental. Progresso material simultaneamente desenvolvendo a Sabedoria Interior, o Desenvolvimento Mental. Isto é muito importante.
E para conseguir esta Sabedoria Profunda temos atingir a meta da Paz Real e felicidade que buscamos.
E assim, para o desenvolvimento da grande sabedoria, neste mundo há muitas religiões. Eu pessoalmente acredito que todas as grandes religiões do mundo têm a sua beleza própria, a sua grandeza própria para desenvolver a bondade... mas como budista eu vou tentar apresentar o ponto de vista budista.
De acordo com o Ensinamento budista todos os seres viventes se tentarem seguir o desenvolvimento de um treinamento espiritual serão bem sucedidos, porque todos os seres viventes possuem a natureza búdica, o mesmo que dizer que a natureza mesma de nossas mentes, apesar de nunca estar totalmente livre de obscuridades, apesar de nunca estar livre de poluições, apesar disso a verdadeira natureza da mente é pura desde um tempo sem princípio, desde o sem princípio.
Mas neste momento nós não vemos a verdadeira natureza da mente que está completamente coberta de obscuridades e de poluição e de ilusões, divisões.
Em vez de ver a verdadeira natureza da mente é que, devido a não conhecermos a realidade é que nós nos inventamos como um "eu". E assim, devido a isto, para resolver o nosso sonho-de-um-eu nós nos aferramos a um "eu", como agregado do corpo, da mente, e tudo isso junto nós pegamos como um "eu" e isto é a fonte de toda a miséria e do sofrimento.
Para apropriadamente estarmos livres é preciso entrar no caminho espiritual e desenvolvendo aquela sabedoria profunda nós podemos eliminar as obscuridades, porque as obscuridades não são a natureza da mente, as obscuridades estão no nível da cobertura. Se as corrupções estivessem no nível da natureza da mente nada poderia ser transformado: o carvão não pode tornar-se branco por mais que o lavemos, porque a natureza do carvão é negra. Mas as corrupções não são a natureza da mente, elas são temporárias, assim com métodos corretos nós podemos eliminar as obscuridades, assim como uma roupa branca coberta de sujeira não deixa ver a real cor da roupa.
No momento nós não podemos ver a real natureza da mente porque está coberta de poluições.
O meio de eliminar essas corrupções á através do desenvolvimento do chamado Método e Sabedoria. O Método depende muito da Sabedoria. Se Sabedoria nós não podemos acumular o apropriado Método. Para acumular o apropriado Método nós precisamos de Sabedoria. E também para fazer brotar a Sabedoria nós necessitados do suporte do Método.
Com os dois juntos, o Método e a Sabedoria, é que uma pessoa pode eliminar todas as obscuridades. E quando as obscuridades são eliminadas você vê a verdadeira natureza da mente com a qual podemos ter sucesso, o que quer dizer, em outras palavras, atingir a Iluminação, com a qual teremos todos os meios para conseguir realizar todos os nossos desejos, e porque todas as obscuridades foram eliminadas todas as qualidades poderão se desenvolver. E por isso nossos próprios desejos, os nossos próprios propósitos são realizados, e ao mesmo tempo, através do desenvolvimento das qualidades, nós poderemos desenvolver o socorro a todos os seres.
Para conhecer as práticas espirituais é muito importante conhecer a vida dos grandes Mestres para que nos inspiremos a seguir os seus exemplos. Porque também os grandes Mestres foram todos pessoas comuns como nós, e como nós estiveram cheios de corrupções e cheios de obscuridades. Mas porque entraram no caminho espiritual, e devido à prática que fizeram com esforço puderam eliminar as obscuridades e desenvolver a Sabedoria e assim tiveram sucesso em suas práticas. Por isso é muito importante conhecer a biografia dos Grandes Mestres.
Também para fazer nascer a inspiração para a prática é muito interessante conhecer os grandes Mestres.
Como sabem, o Budismo começou na Índia. O Senhor Buddha nasceu na Índia e também atingiu a Iluminação na Índia. E também ali demonstrou suas grandes atividades físicas, suas grandes atividades verbais e suas grandes atividades mentais.
Mas a sua atividade mais importante ficou conhecida como "Girar a Roda", Girar a Roda do Dharma. O sentido disso é que a roda gira, pelo girar da roda é que nós atingimos nossa destino, ou seja, nós vamos de um lugar para outro.
Semelhantemente, girar a roda tem dois significados: um é que, grande realização tendo sido atingida pelo Buddha, através das palavras ele pôde transferi-la para nós, ou seja, assim como através da roda nós podemos viajar de um lugar para outro, através do girar a roda os seus Ensinamentos puderam se disseminar de um lugar para outro; outro sentido é que, primeiro nós ouvimos e aprendemos os Ensinamentos do Buddha, depois contemplamos, e a seguir meditamos sobre eles, e é através da meditação nós prosseguimos e vamos mais adiante no caminho espiritual.
Primeiramente vem do Buddha para nós, e depois num momento posterior nós também prosseguimos. Este é o sentido de girar a roda.
Por isso o girar a roda do Dharma é a maior atividade realizada pelo Buddha, porque através do girar a roda os seres foram capazes de eliminar as obscuridades e conseguir o sucesso posterior no caminho.
Depois que o Budismo se estabeleceu na Índia se disseminou em muitos países. Mas no Tibet, e graças à bondade de virtuosos Reis do Dharma, de seus ministros, de alguns panditas indianos, de tradutores, através deles o Tibet possui o completo Ensinamento do Buddha.
Ainda que em outras partes do mundo também possuam profundas doutrinas budistas, alguns têm apenas a parte hinayana, outras têm apenas a parte mahayana, outras têm a parte mantrayana (não completamente, mas têm).
O Tibet, porém, tem tudo, completo Ensinamento Hinayana, o completo Ensinamento Mahayana e o completo Ensinamento Mantrayana. E também tem as ciências relacionadas com a cultura budista, como a lógica, a arte e assim por diante.
O Tibet tem, não apenas o Ensinamento completo, mas o Mestres tibetanos tiveram a mesma realização que os Mestres indianos tiveram.
Diz-se que, certa vez um Mestre indiano chamado "Taba" Sangyê que era realmente um grande Mestre veio da Índia para o Tibet e ficou de um lado da montanha, quando do outro lado da montanha estava o grande Mestre tibetano Milarepa. Eles se conheciam e mandaram notícias um para o outro. Foi dito que de um lado da montanha estava o Mestre indiano, grande Mahasiddha, enquando se disse do outro lado que estava Milarepa. Ainda que naquele tempo não houvesse jornais (risos) mas havia algumas dakinis que levavam as mensagens de um para outro.
"Taba" Sangyê estava viajando para o outro lado para ver Milarepa, e Milarepa também foi do seu lado para o encontro.
Quando Milarepa estava próximo de "Taba" Sangyê ele desapareceu e transformou-se numa flor. E quando "Taba" Sangye chegou àquele lugar viu logo que aquela flor era Milarepa e... ele colheu a flor (risos). E ele disse: "Você tem aparecer para mim na sua verdadeira forma e não permanecer na forma de uma flor. Eu devo ver o seu verdadeiro corpo". E foi quando Milarepa apareceu e trocaram muitas experiências.
Finalmente, como por um milagre, os dois permaneceram sentados na postura de lótus sobre as folhas muito finas de uma espécie de capim. E, ainda que Milarepa fosse muito magro e pequeno, e ainda que "Taba" Sangyê fosse um homem muito grande e pesado, os dois se sentaram naqueles ramos muito finos e altos de capim sem vergá-los. Mas o peso de Milarepa parecia um pouquinho maior, pois o capim vergava um pouco.
Então se perguntou porque aquilo estava acontecendo, porque o leve Milarepa parecia levemente mais pesado. Então foi dito que era porque "Taba" Sangyê vinha da Índia, a pátria de todos os Buddhas do passado, do presente e do futuro, que era considerada um pouquinho mais sagrada do que o Tibet, ainda que o Tibet pudesse ser considerado um lugar sagrado mas não se igualava à Índia. Aquilo não acontecia devido à realização dos Mestres, mas sim devido à pátria de onde eles vinham. Não havia nenhuma diferença entre os dois no tocante à sua realização. É por isso que se diz que o Tibet herdou os Ensinamentos na sua pureza, e não há diferença de realização entre os Grandes Mestres Indianos e os Tibetanos. A única diferença está no lugar onde aqueles e estes nasceram.
E assim como cada um desses dois países tiveram grandes Mestres, também dentro do Tibet cada uma das quatro escolas do Budismo tiveram igualmente grandes Mestres. A escola Ningma, Sakya, Kagiu e Gelugpa tiveram todas elas grandes Mestres.
Da mesma forma a nossa tradição Sakya teve muitos grandes Mestres. Os antepassados da tradição Sakya tiveram Sete Grandes Khöns. Os Khön derivam diretamente de seres celestiais e mesmo naquele tempo antes do advento do Budismo eles eram emanações de Manjushri. Depois, quando o Budismo veio da Índia, essa tradição [Khön] cresceu na propagação do Buddha-Dharma e de fato um dos primeiros tibetanos a receber a completa transmissão e ordenação era um Khön, cujo nome era Nagarashita. Eram sete pessoas a receber a ordenação e ele era um dos mais jovens. Havia três velhos, um de meia idade, e três jovens. Nagarashita era o mais jovem. Todos eles se realizaram como monges completamente ordenados e isso foi muito auspicioso para o início da tradicão do mosteiro tibetano.
Nagarashita e seu irmão, Dorge Rinchem, receberam os profundos Ensinamentos diretamente de Guru Padmasambhava e por esta razão eles praticaram o se conhece como "antigos seguidores", o que em outras palavras eram os "Ningmapás".
Depois, o pai de Sachen Kunga Nyngpô, Khön Konchok Gyalpo, sentiu que devido às circunstâncias viera o tempo de estabelecer um escola separada; que, se ele começasse uma escola separada seria mais beneficioso; e assim a Escola Sakya foi estabelecida.
Khön Konchok Gyalpo estabeleceu o primeiro Mosteiro [Sakya]. Os Ensinamentos ali foram confiados aos Tradutores, porque o Ensinamentos que vieram dos tradutores eram considerados autênticos. Os Tradutores viajavam do Tibet para o Índia e ali se encontravam com os grandes Mestres indianos e recebiam os Ensinamentos.
Assim naquele tempo havia Dromi Lotsawa, um dos maiores tradutores. De fato, o grande Marpa, o fundador da Escola Kagiu, também estudou com Dromi Lotsawa. Dromi Lotsawa era um verdadeiro grande Mestre. Ele foi para a Índia e estudou com o grande "Karmalashila". Havia dois grandes Mosteiros naquele tempo na Índia. Um era Nalanda, e o outro era de "Karmalashila".
Ainda que em "Karmalashila" houvesse muitos outros sábios, ali havia seis grandes e renomados panditas. Ele eram conhecidos como os guardiães das portas, porque naquele tempo havia os budistas e os heréticos que vinham debatem sobre filosofia. Assim cada pandita estava sentado em cada uma das portas de cada lado. Quem viesse do Leste, o pandita da Porta do Leste iria desafiá-lo. Da mesma forma no Norte, e outros pontos cardeais... e no centro havia duas colunas de sustentação que completavam os seis grandes panditas. Dromi Lotsawa recebeu Ensinamentos com todos os seis panditas, ele era um grande Mestre também.
Principalmente Dromi Lotsawa recebeu de um Bikkhu (monge) chamado "Weel"Vajra o completo Tantra de Hevajra e completos Ensinamentos e instruções substanciais e a promessa de receber aquelas instruções em tibetano mesmo. Assim ele voltou para o Tibet e lá encontrou Gayadhara e de Gayadhara ele recebeu o Ensinamento LanDré.
Dromi Lotsawa foi o primeiro tibetano a receber o Ensinamento Landré, que é o principal Ensinamento Sakyapá que é o "Caminho e o Resultado Todos Juntos". Ele recebeu o LanDré e se transformou em real Dententor do Ensinamento. Teve muitos discípulos.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
A SAGRADA BIOGRAFIA DE KHON KONCHOG GYALPO
A SAGRADA BIOGRAFIA DE KHON KONCHOG GYALPO
(Resumida)
Sakyapa Ngawang Kunga Sonam
KHON KONCHOG GYALPO nasceu em 1034 e desde pequeno recebeu muitos Ensinamentos de seu pai e irmão mais velho.
Um dia ele foi a um banquete e assistiu a muitos rituais e danças. Quando voltou para casa disse para seu irmão mais velho: "Hoje o tantra parece uma hipocrisia e assim os autênticos meditadores das tradições antigas vão ter dificuldades de atingir realizações. Nós temos o direito de decidir que Dharmas devemos praticar. Vamos queimar nossos textos e objetos sagrados como tesouros escondidos".
Dizendo assim eles os queimaram.
Entretanto, devido aos protetores, não conseguiram queimar os textos de Yangdak e Purba, e foi por isso que essas práticas se tornaram básicas na família Khon. [Yangdak deixou de ser praticado porque é similar a Hevajra, e Purba é Vajrakilaya].
Então o irmão velho disse:
"Eu estou ficando velho. Você é jovem, deve aprender um novo tantra. O mestre Drokmi {LOSAWA] Sakya Yeshe é famoso e grande erudito. Estude com ele".
Para encontrar Drokmi Lotsawa , KHON KONCHOG GYALPO primeiro encontrou Chin Lotsawa de quem ele recebeu a Iniciação de Hevajra e explanações. Antes de terminar as explanações, Chin Lotsawa faleceu, e antes de morreu aconselhou o discípulo a procurar Drokmi.
Assim fez. Drokmi Lotsawa lhe disse: "É bom você ter procurado o avô depois da morte do pai".
Aí KHON KONCHOG GYALPO vendeu suas terras e ofereceu [para Drokmi], além de17 cavalos e jóias para pedir que ele ensinasse o Landré [Hevajra].
Foi assim que KHON KONCHOG GYALPO se tornou famoso mestre de Landré dentre todos.
Ele recebeu muitos outros Ensinamentos etc. de vários mestres, entre os quais BARI LOTASAWA, e construiu estupas etc.
Um dia ele foi ao alto de uma montanha para gozar a vista. Dali ele viu que o Monte Pombori se parecia com um elefante deitado, e por isso viu que ali era auspicioso lugar para construir um mosteiro.
Ele falou com o chefe da região e com o proprietário das terras que recusaram pagamento. Mas KHON KONCHOG GYALPO sabia que um pagamento iria promover a estabilidade do futuro, portanto pagou com jóias etc. E aquelas famílias lhe deram a posse das terras.
Assim, com 40 anos, em 1073, ele começou a construir o Mosteiro dos Gloriosos Sakyas, o qual é o assento de Vajradhara no Tibet. (Trad do tibetano por Lama Kalsang Gyaltsen e Ane Kunga Chodron).
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
LINHAGEM LANDRÉ
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
domingo, 7 de setembro de 2008
LONGA VIDA PARA S. S. SAKYA TRIZIN
LONGA VIDA PARA S. S. SAKYA TRIZIN
HOJE NO SEU ANIVERSÁRIO (7 de 1945).
ORAÇÃO DE LONGA VIDA DE SUA SANTIDADE SAKYA TRIZIN:
Glorioso, grande e precioso Mestre-raiz
Em lótus sobre minha cabeça
Nosso adorno na extrema compaixão
Abençoe-nos corpo, palavra e mente.
Na guarda da roda protetora
Sete olhos garantem sua vida
Muitos garantem sua vida
E o protegem dia e noite.
Divino Caminho de Padmasambava
Sabedoria amorosa, radiante poder
Flor dos Sakyas, no espelho das palavras
Mestre de Quatro Mundos, viva longamente.
Ngawang Kunga, divina família Khön
Alegria e benefícios traz para todos
Reitor do caminho grande e secreto
Rei, poderoso rei dos nossos desejos
Por favor viva longamente.
Meditando, orientando e ouvindo
Sobre base de ouro moral
Ensinando, debatendo e compondo
Real Refúgio, viva longamente.
Como segundo Buda mestre do Lan Dré
Caminho validado das palavras
Ensine dos Cinco Sakyas fundadores
Você que fala como Buda, por favor
Viva longamente
Sua presença embeleza este mundo
Possui o poder temporal dos Sakyas
Irradia dos Sakyas as obras de beleza
Como um Vajra, Três Segredos, viva longamente.
Tríplice Gema, Mestre compassivo
Ydam e Protetor cheio de força
Profundo, inamovível, verdadeiro
Por tais poderes nossos desejos realizados.
Pelas bênçãos da Tríplice Gema
Pelo poder dos mais virtuosos
Pela linha dos Possuidores de Manjushri
Viva muito suas obras cresçam como Budhas.
sábado, 6 de setembro de 2008
NATUREZA BÚDICA
Uma explicação breve da
NATUREZA BÚDICA
A Verdadeira Natureza de Mente
pelo Sakya
Geshe Tashi Namgyal
RAZÕES POR QUE NATUREZA BÚDICA É ENSINADA
Natureza de Buddha, o potencial para atingir Iluminação, é ensinado
a) para dispersar o erro ou falsa visão de que é impossível para nós, como seres ordinários, atingir Iluminação ou Buddheidade;
b) para dispersar sentimento de inferioridade em alguns seres que, embora seja possível atingir Buddheidade, eles não podem, ou são desmerecedores de atingir isto; e
c) para mostrar que todos os seres são iguais, não só os seres humanos, e têm natureza Búddhica.
Todos os seres sensíveis têm Natureza Búddhica. Em Tibetano Natureza Búddhica se traduz como a mente que fica naturalmente, ou a verdadeira natureza de mente. O fato de que todos os seres têm Natureza Búddhica refuta a visão errada de que o conseguir da Buddheidade não é possível para seres ordinários.
Considerando que todos os seres estão igualmente dotados com Natureza de Buddha, está errado ter desprezo pelos outros. Todos os seres, sejam grandes ou pequenos, tão grande quanto um elefante ou tão pequeno quanto uma formiga, seja um rei ou um mendigo, inteligente ou estúpido, santo ou pecador - Todos os seres, igualmente, têm Natureza de Buddha, a Causa da Iluminação.
AS TRÊS QUALIDADES DA MENTE
Todos os seres sensíveis, não só seres humanos, mas todos os seres em Samsara, os seis reinos de existência cíclica, estão dotados com uma mente ou consciência. A verdadeira natureza desta mente, no nível mais sutil, tem três qualidades:
1) a primeira qualidade é chamada "sawa" em Tibetano que em inglês se traduz como pura, clara, luminosa; normalmente se referem os tradutores à luminosidade ou claridade. É o Nirmanakaya, ou Corpo de Emanação.
2) a segunda qualidade é vazia, ou vacuidade, esvaziada de uma ego-natureza inerente. É o Dharmakaya ou Corpo de Verdade.
3) a terceira qualidade é a inseparabilidade dos dois primeiros aspectos, luminosidade e vacuidade, e age como base para as várias consciências sensoriais. É o Sambhogakaya ou Corpo de Prazer.
Estas três qualidades da mente são exatamente o mesmo nas mentes de todos os seres, os seres ordinários como também o iluminado. Embora não haja nenhuma diferença entre nossa verdadeira natureza de mente e a verdadeira natureza de mente dos Buddhas, há, porém, uma distinção definida - nossas mentes são contaminadas [pelas ilusões (nota do trad.)] enquanto as dos Buddhas não estão.
Nossas mentes podem ser comparadas a um espelho no qual o pó caiu. Da mesma maneira que o pó não é parte do espelho, assim as ilusões não são partes da verdadeira natureza de nossas mentes, mas são adventícias e podem ser removidas. Um Buddha é um ser que superou todas as impurezas ou ilusões prosperamente, e está então dotado com os dois tipos de purezas:
a) a pureza natural da mente ou Natureza de Buddha possuída por todos os seres, e
b) o pureza da mente que vem com ter removido todas as impurezas permanentemente.
Um Iluminado é então às vezes chamado duas vezes puro. Nós, como seres ordinários, temos só uma pureza: nos falta o segundo tipo; porém, uma vez que nós removemos todas as corrupções completamente, também teremos atingido Buddhahood.
O conhecimento de que é possível para nós completamente livrar nossas mentes de todas as manchas ou corrupções - porque elas são meramente adventícios e não são parte de nossa natureza - é muito importante.
Como a verdadeira natureza de mente pode ser percebida? É percebida quando nós buscarmos isto. Quando buscamos ver a três de qualidades da mente, vacuidade, claridade e sua indivisibilidade, isto fica gradualmente claro para nós ou nossa percepção. A mente muito sutil sempre está presente em nós, seja qual for a atividade em que nós podemos estar envolvidos; é a mente que vai para a Iluminação.
Uma vez que nós aprendemos e sabemos que, sem dúvida, aquela Natureza de Buddha existe e que age como a causa para o conseguir Iluminação, não há nenhuma justificação para a ego-depreciação.
Nós temos a causa de Iluminação, mas se nós não fazemos uso desta causa não nos beneficiará. Nós precisamos produzir as condições, executar as práticas de Dharma que removerão as manchas de nossas mentes.
Por exemplo, uma semente é a causa para uma planta crescer, mas se uma semente não encontra as apropriadas condições não brota e fica sempre uma semente. Todos nós possuímos a semente de Iluminação, porém se nós não provemos as apropriadass condições não atingiremos Iluminação, mas continuaremos vagando por Samsara, os reinos de existência cíclica (os reinos dos inferno, dos preta ou reinos de espírito insatisfeitos, os reinos animais, os reinos humanos, os reinos do asura ou demi-deuses, e os reinos dos deuses), como nós temos feito no passado.
Nós temos o potencial para Iluminação. Não desperdicemos esta oportunidade preciosa, mas nos permita usar isto sabiamente.
CONTÍNUO MENTAL
Da mesma maneira que o sol pode ser obscurecido através de nuvens, assim a verdadeira natureza de mente de seres ordinários é obscurecida por corrupções; os grandes praticantes de Dharma, ou Bodhisattvas, são seres que removeram a maioria das corrupções das suas mentes prosperamente, enquanto os Buddhas removeram todas as corrupções completamente. Ao longo destas três fases há só um fluxo de consciência ou quantidade contínua mental de: a) um ser ordinário cuja Natureza de Buddha é completamente coberta, b) um Bodhisattva, c) um Buddha. É importante entender que haja um fluxo contínuo de consciência que é purificada e não três entidades completamente diferentes e separadas. O grande iogue indiano Shantideva disse: “O fato de que eu não tenha ainda atingido Iluminação é completamente devido à minha própria falta de esforço; não há nenhuma outra razão.” Se nós nos esforçamos para Iluminação, esta virá dentro de nosso alcance.
Em vidas passadas, como nós vagamos de renascimento a renascimento pelos reinos de existência cíclica, nossa Natureza de Buddha sempre esteve conosco. Seria mais útil se, no futuro, em vez de seguir nossos próprios desejos egoístas, nós focalizássemos em nossa Natureza de Buddha e deixássemos nos levar a Nirvana.
A PRECIOSIDADE DO NASCIMENTO HUMANO
Nosso nascimento presente como um ser humano é o melhor vestimento para tirar proveito de nossa Natureza de Buddha e trabalhar para Iluminação. Nossa tarefa é remover as corrupções que nos impedem de reconhecer nossa Natureza de Buddha. Como isto pode ser realizado? Obviamente, métodos ordinários de limpar, medicamento ordinário, não removerão as corrupções. Assim um medicamento especial deve ser aplicado: o Dharma. Para praticar o Dharma, um renascimento especial, um renascimento humano, é requerido. Seres dos três mais baixos reinos (o animal -, preta -, e reinos de inferno) têm corpos, mas porque eles moram em estados de muito sofrimento e descontentamento constante, destituídos de qualquer felicidade, eles não podem seguir um caminho espiritual.
Então há os seres conhecidos como devas, ou deuses (os com forma, sem forma e os deuses do reino do desejo, e os semideuses). Os deuses dos reinos da forma têm corpos e tendem a viver vidas muito longas, mas como eles gozam de muita alegria e estão dotado com vários poderes, não são inclinados espiritualmente - suas vidas longas combinadas com a ausência de sofrimento e desilusão lhes dão pequena motivação para procurar a liberação do sofrimento e virar as suas mentes para o Dharma. Embora um renascimento humano provê a melhor oportunidade para a prática espiritual, nem tudo é oportuno. Dos muitos tipos diferentes de existências humanas o que é melhor para praticar o Dharma é o corpo humano completamente-dotado, significando dotado dos dezoito fatores [os oito estados de lazer e as dez conquistas].
Os Dezoito Fatores:
Os oito estados de liberdade significa estar livre de estados onde não há nenhum tempo para praticar religião. Estes são:
1. seres de inferno
2. fantasmas famintos
3. animais
4. deuses duradouros
5. bárbaros
6. possuindo visões erradas
7. onde o Buddha não surge
8. bobos.
As dez conquistas consistem em cinco adquiridas por si mesmo:
1. nascer como um ser humano
2. nascer em uma terra central
3. ter órgãos sãos
4. ter fé no Santo Dharma
5. não ter cometido ações odiosas.
E cinco adquiridas por outros:
1. o advento de um Buddha
2. Ele ensinou o Dharma
3. os ensinamentos permaneceram
4. há seguidores dos ensinamentos
5. compaixão sincera para os outros.
Todos nós aqui chegamos hoje à noite a esta oportunidade rara: nós não só atingimos um corpo humano, mas um corpo humano completamente dotado que tem a habilidade para praticar o Dharma então. Nossa Natureza de Buddha, junto com um corpo humano completamente dotado, nos proporciona todas as condições internas apropriadas.
PRECISA DE UM GUIA ESPIRITUAL
Além das condições internas apropriadas nós precisamos também das próprias condições externas. Isto é: achar um guia espiritual autêntico, que possa nos ensinar como se dar conta de nossa Natureza de Buddha e os métodos para em primeiro lugar remover as corrupções de nossa mente. Se você não achou tal Lama, procure até que você ache.
O QUE PROCURAR NUM GUIA ESPIRITUAL
Ao procurar um Lama, coloque mais preocupação na pessoa e menos preocupação se ele fez fama tem grandes títulos. Procure um Lama que possui as qualidades que são descritas repetidamente no sutras e nos comentários, isto é,:
a) grande conhecimento e sabedoria
b) grande compaixão
c) grande paciência, e
d) ações corretas.
Todas estas qualidades são indispensáveis: sem conhecimento e sabedoria ele não pôde ensinar o Dharma; sem compaixão ele não ensinaria o Dharma; sem paciência ele sucumbiria no desespero; e sem ações corretas ele não poderia fixar um próprio exemplo.
Um Lama que mostra o caminho tem que saber como fazer. Que adianta ter uma grande reputação mas não o próprio conhecimento e qualificações?
Nossa prática espiritual é apontada a um último objetivo, Iluminação, então nós deveríamos ser menos interessados no temporário. nos esforçando para o último objetivo, e coisas temporais virão a nós pela força desta aspiração profunda. A maioria das pessoas está tão preocupada com metas temporárias que se esquecem do último objetivo! Este é um engano grande. Concentre-se em atingir Iluminação e benefícios temporários também serão atingidos.
Considerando que nosso objetivo é elevado, nós precisamos de um Lama qualificado e altamente qualificado que possa nos guiar corretamente. Se nós escolhêssemos um Lama que está confuso, nós nos enganamos severamente. Por exemplo, se você quer ir você a algum lugar precisa depender de uma pessoa de confiança, alguém que esteve lá e pode-lhe contar exatamente como chegar lá, não alguém que tem só uma noção vaga. Se você for depender do conselho de uma pessoa incerta você pode terminar em um lugar totalmente diferente de seu destino planejado. Então tenha cuidado e não escolha um guia espiritual de um modo fortuito.
Um renascimento humano nos sujeita a todos os tipos de sofrimento e ainda, ao mesmo tempo, oferece também uma grande oportunidade. Nós deveríamos fazer uso desta oportunidade enquanto existe, pois não temos nenhuma certeza de que nós continuaremos desfrutando disto.
CAUSA INTERNA E
CONDIÇÕES INTERNA/EXTERNA
1. Natureza de Buddha com a qual todos os seres sensíveis estão dotados é a causa interna;
2. um corpo humano, dotado dos dezoito fatores necessários para praticar o Dharma, é a condição interna;
3. um guia espiritual para mostrar o Caminho a Esclarecimento é a condição externa.
A causa todos nós temos e as condições externas nós podemos adquirir. Não podem porém ser adquiridas as condições internas vindas de uma fonte externa. Estas precisam ser cultivadas interiormente, e para fazer isto nós precisamos de fé, em primeiro lugar.
OS TRÊS TIPOS DE FÉ
A raiz da qual todos os brotos do crescimento espirituais vêm é a fé. Quando nós temos fé, todas as qualidades saudáveis e conquistas podem surgir facilmente. O Buddha disse que aqueles que têm fé tem um domicílio para todos os tipos de virtudes. Há três tipos de fé:
a) a Fé da Admiração com clareza da mente,
b) a Fé da Aspiração, e
c) a Fé da Convicção, ou Confiança.
a) A Fé da Admiração (fé lúcida) acontece quando a pessoa focaliza nas três Jóias Preciosas (o Buddha, Dharma e Sangha) e sente uma reverência sincera e admiração. Este tipo de fé é produzido e aumentado estudando as qualidades excelentes do Buddha, os ensinamentos dele, e dos Bodhisattvas. Ao refletir nos grandes benefícios do Dharma a mente da pessoa fica lúcida pela alegria que surge.
b) A Fé da Aspiração é inspiracional, ou seja, é um anseio para seguir o caminho espiritual e atingir Iluminação.
c) A Fé da Convicção é acreditar, sem qualquer dúvida, no Buddha, nos seus ensinamentos do Caminho, e no atingir Iluminação.
Quando você cultiva primeiro o anseio os outros dois tipos de fé surgirão mais facilmente.
O PODER DE ALEGRAR-SE
Aprenda a alegrar-se com sua situação presente - há poder na alegria. Você tem a causa e você tem as condições, depois de ter conseguido um corpo humano completamente-dotado que o permite praticar o Dharma. Os méritos que você ganhará desta prática não só o beneficiarão nesta vida, mas em suas vidas futuras.
Há pessoas que não têm nenhum anseio, nenhum desejo para praticar o Dharma. Nunca sinta desprezo por tais pessoas, mas tenha compaixão para elas. Sua situação presente é o resultado da energia cármica positiva que você acumulou por suas ações boas prévias. Esses seres sem aspirações espirituais não SEMEARAM as causas.
AS TRÊS CONDIÇÕES PREVALECENTES DE SAMSARA
Na prática do Dharma se aprende a reconhecer a verdadeira natureza de mente; se dá conta dos estados saudáveis e insalubres da mente; e se cultiva só pensamentos virtuosos. Um estado saudável de mente conduz a ações virtuosas que levam à Liberação; estados insalubres de mente levam à ações não-virtuosas e perpetuação do Samsara ou dos reinos de existência cíclica. O cultivo de um estado de mente saudável nos impede de cair a níveis desfavoráveis de existência.
O Samsara tem três condições prevalecentes. Veja como nós agimos e reagimos com:
a) inveja e ciúme para aqueles que nós consideramos estar a um nível mais alto por causa das suas posses, estados, qualidades, ou conquistas;
b) rivalidade e competitividade - para as pessoas que nós consideramos a um nível igual;
c) desprezo e desdém para os que nós consideramos a um mais baixo nível por causa da sua falta de posses, seu estado, qualidades, ou conquistas.
Embora seja fácil sentir inveja, isto deve ser evitado. Por que ser invejoso, ou ciumento? O que isto realiza? Não diminui a riqueza ou estado dos que você inveja, nem aumenta o seu. Estas aflições não só são inúteis mas prejudiciais no processo. A inveja não move uma pessoa para dar a sua riqueza, mas permanecerá onde está. Eventualmente, a inveja virará contra si mesmo. Este é um assunto para refletir: se a inveja ou ciúme faz qualquer bem, ou se causa dano. Você perceberá, de experiência própria, que o estado da mente da inveje, quando surge, começa a dominar sua mente se você deixa isto ir sem controle. Você fica preocupado e perturbado, perde o sono. Inveja e ciúme dá origem a tais emoções negativas adicionais como a raiva, etc.; e também são acompanhados por desconfortos físicos, como tensão, ansiedade e inquietude. Se você não acredita isto, confira e verifique isto para você mesmo.
Os ensinamentos de Dharma, dado pelo próprio Buddha ou por grandes mestres budistas posteriores, mostram nossa ilusão e corrupções. Nós temos faltas, mas nós não as reconhecemos. Se nós fôssemos sem defeitos nós seríamos iluminados e não teríamos tidos nenhuma necessidade dos ensinamentos, mas nós não o somos. Inveja, ciúme, rivalidade e desprezo são faltas. Eles precisam ser reconhecidos e eliminados antes que a Iluminação seja atingido.
Embora seja típico em Samsara ter sentimentos de desprezo para os outros seres que nós consideramos nossos inferiores, lembre-se de que esses seres não merecem seu desprezo, mas precisam de sua compaixão. Se você pode ser útil a eles, você deveria fazer assim.
Shantideva disse que embora seja comum as pessoas sentirem estes três níveis de emoções negativas para os outros, eles precisam ser mudados por uma atitude mais positiva. Considerando que nós abrigamos estas emoções negativas em muitas vidas prévias, não é fácil dispersá-las, mas não impossível. Com esforço nós podemos aprender a subjugá-las gradualmente. Não é bom pensar que estas distorções mentais são sempre muito profundamente fixas em você, que não podem ser mudadas.
Se você não faz nada sobre isto, eles não só permanecerão, mas eles criarão novamente e novamente mais e ficarão crescentemente mais forte. Então faça uso de seu potencial e sua oportunidade preciosa para provocar uma transformação de seu estado mental. Constantemente, lembre-se de seu potencial e de seu renascimento humano precioso, alegre-se e vire sua mente à prática de Dharma.
Você pode ter ouvido falar de Natureza de Buddha no passado, mas você soube o que significou? O termo Natureza de Buddha não se refere só a qualquer consciência, mas à indivisibilidade da luminosidade e vacuidade. Esta consciência muito sutil sempre está presente, em qualquer atividade em que nós estejamos comprometidos. É esta mente que precisa ser reconhecida.
Esta explicação de Natureza de Buddha está de acordo com os ensinos de Mahayana da tradição Madhyamika, a mais alta das quatro escolas principais de filosofia budista.
A Natureza de Buddha é ensinada:
1. para dispersar qualquer má compreensão que você possa ter de que você não tem a habilidade para atingir Iluminação;
2. dispersar qualquer ego-degradação;
3. dispersar a altitude de olhar os outros seres como inferiores.
A tradição Tântrica diz que a única razão para os seres sensíveis não atingirem Iluminação é por causa das manchas adventícias, e que esta é a única distinção entre o Iluminado e os seres ignorantes. Um exemplo bom é significado pelo céu cuja área pode estar obscurecida através de nuvens, enquanto outra área não está. As duas áreas são idênticas nas suas natureza. O Espaço básico é puro e vazio, mas uma área é ocultada temporariamente através de nuvens. O mesmo é verdade para a natureza de mente que é, e sempre será pura. Porque as ofuscações são temporárias é possível, com esforço, as dispersar.
A VERDADEIRA NATUREZA DE MENTE É PURA
Há as pessoas que têm a convicção errada que as corrupções são uma parte intrínseca da mente. Se isto fosse verdade a ofuscação seria imutável, que significa que ela teriam de estar lá todo o tempo. Por exemplo, se a raiva fosse uma parte intrínseca da mente (se pertencesse à verdadeira natureza da mente) teria que estar lá todo o tempo, mas não é asim. As pessoas que também defendem esta visão errada acreditam que é impossível atingir Iluminação porque a natureza humana é ter faltas. Porém, a verdade é que as faltas não são parte de nossa natureza. Você pode perguntar: “Por que é que algumas pessoas atingiram Iluminação e outros não?” A resposta é “esforço” , depende do esforço. Quando nós nascemos, nós não tínhamos nenhum conhecimento, nenhuma realização, mas gradualmente, por nossos esforços, aprendemos e progredimos. Considerando que todos os fenômenos compostos estão sujeito à mudança é possível, com treinamento, mudar e atingir Iluminação. Há alguma pergunta?
Q.Você listou as qualidades de um bom professor. Você também listaria as qualidades de um estudante bom?
R. A qualidade principal é ter fé. Outra é a pessoa ter paciência, porque quando é praticante de Dharma, as dificuldades surgem e um bom estudante deve aprender a agüentar estas dificuldades e as superar. Um bom estudante também não deve ser propenso à sentimentos de superioridade quanto aos outros estudantes da mesma categoria dele por causa das suas práticas que está executando, nem deve ficar deprimido ou desanimado quando realizações espirituais levam mais tempo que esperado para desenvolver-se. Ao dar ensinamentos, a motivação do Lama deve ser de compaixão; enquanto escutando os ensinamentos a atitude do estudante deve ser de fé e respeito. Para derivar o maior benefício dos ensinamentos, o estudante deve considerar-se como um paciente, os ensinamentos como o medicamento, e o Lama como o médico.
Estas são qualidades que são indispensável ao professor e o estudante.
O Senhor Buddha, o originador dos ensinamentos, ensinou somente por uma motivação de compaixão para beneficiar os outros. Ele não ensinou por recompensa ou reconhecimento, ou por ambição. Da mesma forma, os professores que vêm depois dele que representam e revelam os seus ensinamentos, ensinam por uma motivação de compaixão e não por ambição ou para ganho pessoal.
O nome de meu professor era Jhampa Sangpo, e ele recebeu os ensinamentos do professor dele chamado Tubten. Lama Tubten não era uma pessoa erudita, mas tinha uma funda motivação altruística para ensinar os estudantes extremamente bem. Um professor tem que ter mais qualidades do que o estudante. O Professor supremo, como o Buddha, é capaz de avaliar a intenção, disposição e aspiração de cada estudante e pode-lhes dar ensinamentos de acordo com suas necessidades individuais e níveis de entendimento.
MUITOS SERES, MUITOS NÍVEIS DE ENSINAMENTOS
Quando o Buddha deu ensinamentos, muitos seres vieram de diferentes planos e reinos (como o reino dos deuses) escutar as suas palavras. Entre os ouvintes estavam alguns que eram o que eles pareciam ser (se apareceram em forma humana eles eram humanos) e alguns que eram diferente do que pareciam ser. Também havia os seres que eram emanações da mente do Buddha. Por exemplo, nos sutras Mahayanas lá é registrado exemplos onde o Buddha deu ensinamentos a Manjushri, o Buddha da Sabedoria, ou para Avalokitesvara, o Buddha da Compaixão - ambos eram emanação da mente do Buddha. [Não havia nenhuma real necessidade pelo Buddha de os ensinar porque eles já eram iluminados - os ensinamentos eram para nosso benefício.] Ali havia também aqueles seres que o Buddha ensinou de acordo com suas necessidades individuais e habilidades de compreensão.
Enquanto é declarado que aquele que nasce como um deus ou semi-deus não é adequado para a prática espiritual, deve ser entendido que isto não significa em geral que eles são incapazes de praticar o Dharma.
Os reinos dos deuses consistem de muitos diferentes planos e um destes é chamado o Céu dos Trinta-três. É dito que neste reino estas palavras ressoam do céu:
Todos os fenômenos compostos são impermanentes;
Todos os fenômenos não purificados são insatisfatórios;
Todos os fenômenos são sem ego-natureza;
Nirvana é paz.
Um lugar onde estas quatro declarações vêm do céu é claramente um lugar espiritual.
MANTRA
OM SVABHAVA SHUDDHO SARVA DHARMA SVABHAVA SHUDDO HANG
Todas as coisas são, eu sou de natureza pura também!
DEDICAÇÃO
Eu dedico os méritos de minhas práticas:
Possa nosso Lama viver muito tempo e continuar dando-nos ensinamentos
Possa depressa todos os seres reconhecer a Verdadeira Natureza de suas Mentes;
Possa eu atingir Iluminação depressa pela causa de todos os seres sensíveis e para aquele mesmo estado possa eu conduzir todos os seres, sem nenhum deixando para trás;
Possa o Samsara ser esvaziado, e nunca ser preenchido novamente.
[fim]
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